sexta-feira, 27 de junho de 2025

Garota do Momento - Minha resenha!

 

Para quem não sabe, sou autora e roteirista de novela, teatro e seriado. Meu primeiro roteiro foi da radionovela Caminhos Cruzados – As pessoas nem sempre são o que parecem ser, um sucesso na Rádio Cultura AM.


Mas hoje, não vim falar da minha história. Vim falar da história de outra autora , que, por sinal, é minha xará: Alessandra Poggi. E que autora! Há anos eu não me emocionava tanto com um enredo como o da novela Garota do Momento.

Um texto poderoso, corajoso e necessário. Poggi nos presenteou com uma trama que aborda temas ainda tão atuais, e infelizmente, ainda tão retrógrados, como sexualidade, racismo, religião, independência da mulher, misoginia, machismo, violência doméstica e a valorização da cultura afro-brasileira. E tudo isso costurado com uma sensibilidade ímpar, uma direção afinada e um elenco absolutamente brilhante.

Beatriz Dourado, nossa heroína, sai de Petrópolis em busca de notícias da mãe, Clarice, uma artista que foi ao Rio de Janeiro divulgar seus quadros e acabou vítima do dissimulado Juliano. Um personagem complexo, que mantinha uma amante (Valéria), teve uma filha (Isabel), e tentou esconder tudo sob a sombra da sua arrogância.

Clarice, que teve sua vida apagada, deixando Beatriz aos cuidados de sua avó, a sábia Dona Carmem, que nunca perdeu a fé em Santa Bárbara.

A família Sobral foi destroçada pelo machismo de Raimundo, que não aceitava a alma livre de artista de Lígia. Os filhos, manipulados contra a mãe, foram vítimas de uma vingança silenciosa , enquanto o amor entre Raimundo e Lígia ainda existia, mesmo sufocado.

Zélia , que personagem! A vilã mais amada dos últimos tempos. Começou movida pela vingança, mas se transformou completamente, ao ponto de dar sua própria vida para salvar Clarice da prisão.

Verônica Queen chegou para virar tudo de cabeça pra baixo… Bia, mimada, achava que podia tudo, especialmente contra Beatriz. Mas a vida cobra.

Guto viveu a dor de se descobrir e se aceitar em uma sociedade preconceituosa – principalmente dentro da própria casa. Iolanda, mãe solteira que gritava: "Ninguém me dá um bife!" , parecia piada, mas era um grito de dor e luta diária.
Ainda bem que Mirosmar lhe deu não só um bife, mas amor.

Basílio, que parecia um canastrão, também teve sua redenção. Enquanto isso, Juliano era o pior tipo de vilão: mimado, manipulador, assassino, que roubava até a própria mãe. Maristela, cúmplice, destruía quem estivesse em seu caminho, inclusive Arlete, que passou anos acreditando numa mentira sobre o paradeiro da filha, Valéria.

E o que dizer de Alfredo Onório Show? Com sua TV Ondas do Mar, criou o primeiro reality da televisão brasileira!

E as impagáveis Conceição e Aparecida? Sempre à janela, ao telefone, e aos cochichos: "Cala-te a boca, Deus tá vendo! Ô, se tá!" saíram no último capítulo da janela, mas só porque a linha telefônica foi cortada, sensacional!

O texto, o elenco, a direção, o figurino, o cenário, a produção de arte, tudo em perfeita sintonia. Um verdadeiro espetáculo!

Obrigada, Alessandra Poggi, por nos fazer rir, chorar, refletir e nos apaixonar por cada capítulo dessa novela tão necessária.

"Que todos se levantem da mesa quando o amor, o respeito e a igualdade não estiverem sendo servidos".

Você é, sem dúvida, A AUTORA DO MOMENTO!

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