Diagnóstico ainda na infância ajuda pacientes a prevenirem novas comorbidades na vida adulta
A atenção aos marcos do desenvolvimento infantil é a ferramenta mais eficaz para a identificação precoce de transtornos do neurodesenvolvimento. De acordo com o médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em neuropediatria, Antonio Carlos de Farias, é na rotina diária e no acompanhamento constante que os primeiros sinais podem ser percebidos, permitindo um diagnóstico mais ágil para procedimentos clínicos específicos e um direcionamento adequado para as intervenções necessárias.
O neuropediatra orienta os pais a ficarem atentos aos aspectos relacionados à atenção, memória, linguagem, coordenação motora e socialização dos filhos, mas reforça que, mesmo que a criança apresente maior ou menor destreza nessas áreas, se isso não gerar prejuízo para o seu dia a dia não há com o que se preocupar. “Se ela tem dificuldade com coordenação motora, mas consegue jogar bola, digitar, escrever ou pedalar, pode ser apenas uma dificuldade. Se não há prejuízo nos relacionamentos, no desempenho escolar ou na parte motora, então não há necessidade de falar em transtorno”, esclarece.
É preciso entender qual o impacto que o sintoma causa na vida da pessoa. “Muitas crianças com TDAH são sociáveis, expansivas e até líderes. Às vezes, o prejuízo é basicamente em termos de desempenho escolar, porque não conseguem manter um foco”, explica Farias.
Crianças com transtornos não diagnosticados frequentemente enfrentam frustração, baixa autoestima e dificuldades de socialização, o que pode evoluir para quadros de ansiedade e depressão na adolescência e vida adulta. Por outro lado, é preciso diferenciar variações comportamentais de trajetórias de desenvolvimento atípico.
“Algumas crianças andam com um ano. Mas há aquelas que andam com 9 meses e as que andam com um ano e 3 meses. Essas variações de desvio padrão são normais. Tudo o que começa a fugir disso pode ser um desenvolvimento atípico”, destaca o especialista.
Para auxiliar pais, familiares e professores a acompanhar os marcos do desenvolvimento infantil das crianças, a Unimed Curitiba preparou uma cartilha com os comportamentos padrão desejados em cada fase da criança. A cartilha pode ser baixada gratuitamente por esse link Cartilha Desenvolvimento Integral da Criança.
Desenvolvimento
Antonio Carlos de Farias defende a associação de terapias tradicionais a terapias práticas e educacionais. “O verdadeiro tratamento pode começar em casa, na forma como os pais educam, como eles lidam com determinada dificuldade que a criança tem, como eles estimulam que essa criança seja resiliente e persistente, que ela supere as suas dificuldades de socialização, que tente não reagir com agressividade”, orienta.
Para o neuropediatra, a relação entre pais e filhos é fundamental não somente para identificar possíveis transtornos, mas para ajudar em seu desenvolvimento. É a chamada psicoeducação. “Preciso ter um bom nível de conhecimento sobre o que meu filho tem para poder ajudá-lo. E assim, orientar a escola para lidar da melhor forma com ele. Entender como a escola pode auxiliar nesse processo de inclusão. Como melhorar a capacidade de comunicação e linguagem do meu filho”, explica.
Além dessa atenção com a criança, mantê-la ativa, estimular a atividade física, sono de qualidade e alimentação saudável também leva a melhoras cognitivas.
Para saber mais, acesse o podcast Diálogo Saudável e confira a entrevista completa com o especialista.
Foto: Reprodução Capa.

 
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