Em mais uma participação da Mostra Artefacto, o arquiteto propõe uma Sala de Refeições moderna, elegante e cheia de histórias
O jantar como estrela. Na sala de refeições de Ivan Wodzinsky, o momento à mesa é celebrado de forma explícita. Para o arquiteto, que participou de inúmeras edições da Mostra Artefacto, esse ambiente é o mais importante da casa. “É na mesa de jantar que tudo acontece. As coisas boas e ruins, celebrações e rompimentos. As conversas demoradas, as festas de família, decisões políticas, discussões importantes”, conta Ivan. Para ele, casa é família, e família é sinônimo de confraternização.
Exatamente por isso, o ponto de partida do projeto foi a mesa Halston. Com 4 metros de comprimento, ela recebe confortavelmente 10 lugares. Nas laterais, o toque de glamour ficou com os buffets Miroir e a prataria Christofle, datadas do século passado e escolhidas a dedo por Ivan. “Para mim, a casa é um lugar de memórias e, também, novidades. É o espaço que conta nossas histórias. Por isso, entendo que misturar é uma coisa e amontoar é outra”, diverte-se. E é nesse contraponto que entram as peças de iluminação com design autoral, todos da Ner Conceito. Destaque para a arandela Girassol, assinada por Bruno de Carvalho para a ITENS, e os pendentes Memória, do Atelier Andre Ferri, produzidos artesanalmente em latão e madeira Freijó torneados a mão.
Toda a sala é revestida de MDF pau ferro, da Sudati. E o mesmo material foi usado na dupla de caixas bar Pietra. Além de elegantes, as peças tem gavetas refrigeradas e permitem deixar as bebidas à mão para servir aos convidados. No piso, Ivan apostou no lançamento da PR Grupo Paraná. O Nimbus PR – material exclusivo da marca – é extraído da jazida própria. O mármore tem tonalidade acinzentada e recebeu acabamento acetinado fosco. O resultado é sofisticado e único, já que cada rocha tem seu próprio desenho.
Natureza Modernista
Para Ivan, o tema Natureza Modernista está expresso no próprio mobiliário Artefacto, marca que reverbera a identidade nacional, assim como a Semana de Arte de 1922. “Foi um tempo de abraçar as artes, o design e o paisagismo. E isso está proposto aqui”, afirma o arquiteto. Outro exemplo é o jardim estilo nobushi, um convite à contemplação. Para a cultura japonesa, o paisagismo é uma das mais elevadas formas de arte, pois consegue expressar a essência da natureza em um limitado espaço de forma harmoniosa. Na sala de refeições de Ivan Wodzinsky, o jardim é todo branco, como uma continuação do mármore que ocupa a área interna.
No que diz respeito às artes, o arquiteto optou por peças marcantes. A tela Paisagem Brasileira, de Gilvan Nunes, veio especialmente da Galeria Simões de Assis para o ambiente. As demais peças são da galeria Sérgio Gonçalves, com obras de Yuri Serodio, Luiz Moreira e Cahique Lahgiz. O resultado é um espaço moderno, cheio de charme e referências, com jeito de casa elegante.
Sobre Ivan Wodzinsky
Com mais de 30 anos de profissão, Ivan Wodzinsky é reconhecido pelo estilo emblemático e pela maneira única de fazer composições. À frente do escritório que tem como marca registrada projetos que apresentam o clássico revisitado, o arquiteto fez do conhecimento adquirido em viagens ao longo dos anos um poderoso recurso. O período em que morou na Rússia, em particular, o influenciou profundamente – fato que pode ser notado em seu trabalho até hoje. Sua marca nos projetos é reconhecida não só pelos clientes, mas pela imprensa e por especialistas. Tanto que seu inconfundível estilo está registrado em revistas e livros da área.
Foto: Samuel Berger.
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