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sábado, 6 de abril de 2024

Companhia de Dança Deborah Colker comemora 30 anos com o Espetáculo “SAGRAÇÃO”

 

Novo espetáculo reúne obra clássica de Stravinsky e cosmogonias originárias.

 

A Companhia de Dança Deborah Colker comemora seu trigésimo aniversário com o novo espetáculo “Sagração”, apresentado pelo Ministério da Cultura e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura Lei Rouanet, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução. Nessa versão, a música clássica de Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo. Ao longo dos 30 anos a companhia já realizou mais de duas mil apresentações, em mais de 100 cidades, de 35 países, totalizando um público de cerca de 4 milhões de pessoas.

Após sua estreia no Rio, a Companhia embarca para o Sul do país e a primeira parada é na Mostra Lucia Camargo, do 32º Festival de Curitiba. As apresentações serão no Guairão, dia 6 de abril às 20h30 e dia 7 de abril às 19h.  Os ingressos estão disponíveis no site oficial www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física no ParkShoppingBarigüi (piso térreo).

“Ao longo desses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na cultura, na política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de evolução, que é um tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor executivo João Elias, que em 1994 fundou a companhia de dança com Deborah Colker.

O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.

“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão de povos originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A Sagração da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.

Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias indígenas Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta contou à ela como o povo do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é dançada e acompanhada por narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de cosmogonias que a diretora reuniu para montar a dramaturgia do espetáculo.

“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui Deborah, que, na companhia de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do livro “Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e sobre Abraão ganham cenas que destacam momentos de ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência humana: pela autonomia de uma mulher que desperta para caminhos interditados e transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si mesmo”, destaca o dramaturgo. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também buscou referências na literatura científica.

“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como outros seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a presença das personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no espetáculo. “Nossa dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que pensam a existência da vida em nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, introduziu à partitura instrumental de Stravinsky a sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.

Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de instrumentos de orquestra, o diretor musical adicionou flauta de madeira, maracá, caxixi e tambores. Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos bailarinos. Para Alexandre Elias, “foi um privilégio trabalhar profundamente na estrutura da obra”

 

Ficha Técnica:

Criação, Direção e Dramaturgia

DEBORAH COLKER

Direção Executiva

JOÃO ELIAS

Direção Musical

ALEXANDRE ELIAS

Direção de Arte

GRINGO CARDIA

Dramaturgia

NILTON BONDER

Figurinos

CLAUDIA KOPKE

Desenho de Luz

BETO BRUEL

Fotografia

FLÁVIO COLKER 

Produção Local

ORTH PRODUÇÕES

SERVIÇO:

Sagração no 32.º Festival de Curitiba

Guairão ( Praça Santos Andrade, s/n)

Dias 6/4 às 20h30 e 7/4 às 19h.

Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física exclusiva no ParkShoppingBarigüi - piso térreo - (Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 600 – Ecoville), de segunda a sábado, das 10h às 21h, e, domingos e feriados, das 12h às 20h.
Confira também descontos especiais para colaboradores de empresas apoiadoras, clientes Banco do Brasil, clubes de desconto e associações.

Foto: Divulgação.

segunda-feira, 11 de março de 2024

"Meretrizes” fala sobre respeitar as escolhas das mulheres

 

Peça do coletivo Projeto Gompa, de Porto Alegre, leva
à cena relatos de profissionais do sexo


Meretrizes, a nova produção que o Projeto Gompa apresenta no 32.º Festival de Curitiba nasceu da vontade de conhecer o universo da prostituição no Brasil e leva à cena relatos de profissionais do sexo, tendo como ponto de partida a prostituição feminina no Rio Grande do Sul. Investindo no pouco explorado formato de teatro documental, o espetáculo tem trilha original em piano, ao vivo, para acompanhar as histórias reais de profissionais do sexo.  Em cena, três profissionais do sexo, uma convidada de Curitiba.  “Porque é tão difícil para nós, sociedade, aceitar escolha a profissional da mulher? A pergunta vale para muitas outras profissões também”, questiona Camila Bauer, a diretora.

Com duas apresentações – dias 29 e 30 de março às 20h30, no Teatro Paiol - a companhia de Porto Alegre retorna ao Festival em 2024, na Mostra Lucia Camargo. 

Por quase um ano, a atriz Liane Venturella e Camila conversaram com dezenas de profissionais do sexo para construir o roteiro e a dramaturgia da peça. Parte dos depoimentos colhidos serão projetados em áudio ou vídeo durante as apresentações. Os relatos abordam diferentes fases de uma das primeiras profissões do mundo.  “Há um preconceito muito grande, uma dificuldade de aceitar que existem, sim, muitas mulheres trabalhando com essa profissão no Brasil e no mundo. E é preciso entender que em alguns casos foi falta de opção, mas em outros foi escolha”, observa. “Tem meninas que gostam e querem e meninas que não tiveram outras oportunidades. Nem sempre é uma vontade, mas às vezes é - e isso precisa ser respeitado”, completa. 

O caráter performático busca fazer o espectador perceber como estamos próximos dessas realidades, cotidianamente silenciadas. Ao contrário do que muitos pensam várias dessas mulheres não vivem à margem da sociedade. São casadas, exercem o seu trabalho em horário comercial e buscam os filhos nas escolas.    

E, um detalhe importante, ressalta a diretora: a peça foi construída com elas, não foi um trabalho isolado. “Tudo que tá lá foi dito por elas, em entrevistas por zoom, inclusive, pois falamos com pessoas de outros lugares do Brasil”, explica contando sobre a presença de Paula Assunção e Soila Mar nos ensaios, apontando “o que era drama, o que era real ou estereotipado”. Paula e Soila, que estarão em Curitiba, representam gerações diferentes. Soila, tem 40 anos de trabalho nas ruas de Porto Alegre; Paula é uma jovem que atua em ambiente virtual antes de definir se o encontro irá para o presencial. 

O trabalho aproxima a ideia de arte e comunidade e traz para debate um assunto pouco falado em nossa sociedade, que é o direito que a mulher tem sobre o seu corpo e suas escolhas a partir do ponto de vista de uma das profissões mais antigas da humanidade e, ainda hoje, pouco respeitada”, observa a diretora. “Queremos, por meio de uma obra artística que transita entre o teatro documental, a música ao vivo e a presença de profissionais do sexo em cena, sensibilizar o espectador nesta busca pelo respeito às escolhas de todas as mulheres”, completa.

Mostra Lucia Camargo é apresentada por Banco do BrasilSanepar Tradener - Comercialização de Energia, com patrocínio de EBANX, Banco CNH Industrial e New HollandClearCorrect, Copel - Pura Energia, BroseUNINTER GRASP. 

Ficha Técnica

Direção: Camila Bauer. Elenco: Liane Venturella. Trilha Sonora Original e Piano Ao Vivo: Catarina Domenici. Participação Especial em Curitiba: Paula Assunção e Soila Mar. Dramaturgia: Camila Bauer e Liane Venturella, a partir dos relatos de diferentes profissionais do sexo. Pesquisa em História Oral/ Entrevistas: Juliana Wolkmer. Iluminação e Videografia: Isabel Ramil. Figurino: Liane Venturella. Consultoria: Paula Assunção, Monique Prada e Soila Mar. Arte Gráfica: Mitty Mendonça. Assessoria de Imprensa: Léo Sant’Anna. Fotografia: Laura Testa. Realização e Produção Geral: Projeto Gompa. Apoio: NEP (Núcleo de Estudos sobre a Prostituição) e Fatal Model.



Serviço:

“Meretrizes” 

Dias: 3 e 4/4 às 20h30.

Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, S/N)

Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física exclusiva no ParkShoppingBarigüi - piso térreo - (Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 600 – Ecoville), de segunda a sábado, das 10h às 21h, e, domingos e feriados, das 12h às 20h.

Classificação: 18 anos

Duração: 70’

Contém cenas de nudez

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Acompanhe todas as novidades e informações pelo site do Festival de Curitiba www.festivaldecuritiba.com.br, pelas redes sociais disponíveis no Facebook @fest.curitiba, pelo Instagram @festivaldecuritiba e pelo Twitter @Fest_curitiba.


Foto: Divulgação.